segunda-feira, 27 de julho de 2009

Incompleto

Não consigo não pensar, não viver, não sentir
É uma onda que me leva e me afoga
Não sei mais respirar
Um jogo de amor, de sobrevivência
Uma selva de sentimentos
Vidas, sonhos, eu, você e elas

quinta-feira, 23 de julho de 2009

No fundo de nada

Menino que não sabe o que quer.
Tão previsível e mesmo assim tortura meu pensamento.
Sem jeito me deixa você, quanto pontualmente as cinco e quarenta e cinco me envolve em seus olhos mortos.
Olhos esses que me prendem entre o querer e não saber.
Um eterno convite para uma dança que nunca existiu.
Segredos, vontades e o medo do desconhecido. O amor.

Foi sem querer querendo

Eu escondo.
Mas meu ato falho sempre me entrega.
Querido Eulálio,
Recebi a mais de um mês a sua carta. Como estás?! Tento-me desprender da dependência que era ter você todos os dias.
Sinto falta de sua voz e de sua alma.
Desculpe-me por não comparecer ao hospital, é que não era do meu conhecimento, portanto, a solidão que descreveu foi em parte culpa sua. Por que não mandou Balbino vir me chamar? Foi você que me trancou nessa casa em Petrópolis. Disseste a mim que mais tarde voltarias para me buscar. Porém, só o que tive foi uma senhora e seu marido, o médico, com notícias que Maria Eulália havia falecido e você enlouquecido. Desolada, cabei por ficar nessa casa fria e sem nenhum maxixe para passar o tempo.
Tinha certeza que voltaria por isso não saia de casa para nada. Temia que no momento em que eu fosse ao mercado você pudesse voltar, e por não me encontrar ia pensar que fugi com outro (sabe como é essa sua cabeça) e aí sim, não nos veríamos nunca mais.
Ai esse seu jeito possessivo... Sua loucura me matou aos poucos e mesmo assim só tinha olhos para você, pena que nunca acreditou em mim. Acabei por viver seu jogo, esse amor me adoeceu e doente agora estou. Agora sou.

Um beijo de sua eterna Matilde.